Os magos só são mencionados em apenas um dos quatro evangelhos, o de
Mateus. Nos 12 versículos em que trata do assunto, Mateus não especifica
o número deles. Sabe-se apenas que eram mais de um, porque a citação
está no plural – e não há nenhuma menção de que eram reis.
“Não há
evidência histórica da existência dessas pessoas”, diz
André Chevitaresse, professor de História
Antiga da Universidade Federal do Rio de Janeiro. “São personagens
criados pelo evangelista Mateus para simbolizar o reconhecimento de
Jesus por todos os povos.” De qualquer forma, a tradição permaneceu viva
e foi apenas no século III que eles receberam o título de reis –
provavelmente como uma maneira de confirmar a profecia
contida no Salmo 72: “Todos os reis cairão diante dele”. Cerca de 800
anos depois do nascimento de Jesus, eles ganharam nomes e locais de
origem: Melchior, rei da Pérsia; Gaspar, rei da Índia; e Baltazar, rei
da Arábia.
Em hebreu, esses nomes significavam “rei da luz” (melichior), “o
branco” (gathaspa) e “senhor dos tesouros” (bithisarea). Quem hoje for
visitar a catedral de Colônia, na Alemanha, será informado de que ali
repousam os restos dos reis magos. De acordo com uma tradição medieval,
os magos teriam se reencontrado quase 50 anos depois do primeiro Natal,
em Sewa, uma cidade da Turquia, onde viriam a falecer. Mais tarde, seus
corpos teriam sido levados para Milão, na Itália, onde permaneceram
até o século 12, quando o imperador germânico Frederico dominou a cidade
e trasladou as urnas mortuárias para Colônia. “Não sei quem está
enterrado lá, mas com certeza não são eles”, diz o teólogo Jaldemir
Vitório, do Centro de Estudo Superiores da Companhia de Jesus, em Belo
Horizonte. “Mas isso não diminui a beleza da simbologia do Evangelho de
Mateus ao narrar o nascimento de Cristo.” Afinal, devemos aos magos
até a tradição de dar presentes no Natal. No ritual da antigüidade, ouro
era o presente para um rei.
Incenso, para um religioso. E mirra, para um profeta (a mirra era
usada para embalsamar corpos e, simbolicamente, representava a
mortalidade).
Fonte: Super
Nenhum comentário:
Postar um comentário